Certo dia estava na missa, naquele ritual de “sentar e levantar” o tempo todo, distraída, pensando em nada e tudo ao mesmo tempo, quando vi um senhor, ele devia ter uns 60 anos, bem moreno, dos cabelos grisalhos, olhos tristes, ossos muito aparentes, roupa larga demais. Ele parecia abatido, cansado e triste. Com as mãos juntas e joelhos no chão, pedia e adorava a Deus com todas as forças que possuía.
Comecei a pensar em qual seria a última vez que teria se alimentado, se possuía uma família, por quais “perrengues” já havia passado e no meio de tudo isso, ele foi comungar. Ao segurar a hóstia em suas mãos, ajoelhou-se a beira do altar, com expressão de suplica, e uma lágrima rolou. Era uma lágrima pesada, doída, pensada e arrependida.
Quantas pessoas ali deixaram essa imagem e lição passar despercebida? Quantas teriam notado aquele homem carregado de experiência? Quem teria aprendido algo com aquilo? Bem, para essas perguntas eu não tenho a resposta, só sei que Deus tinha me levado ali, não para escutar o sermão do padre, e sim, para observar a figura de um exemplo, por não ter nenhuma vergonha de se arrepender... ♥